Estratégia
20 de jun. de 2025
Primeiros Resultados em 7 Dias: Engajamento do seu time em tempo recorde
Conheça os erros mais comuns em pequenas empresas de serviços e como evitá-los com ajustes simples e práticos.

Quando entro numa empresa com alta rotatividade, vejo sempre o mesmo padrão. Todo mundo correndo atrás de contratações rápidas, substituições urgentes, processos seletivos em série.
É como tentar encher um balde furado despejando mais água.
O RH tradicional trata rotatividade como problema operacional. Alguém sai, alguém entra. Métricas, planilhas, custos de reposição. Mas rotatividade não é problema operacional.
É sintoma de cultura doente.
No Brasil, cada colaborador custa 73,33% a mais que seu salário base em encargos e benefícios. Quando ele sai, a empresa perde entre meio salário e dois salários inteiros só para substituí-lo. Sem contar conhecimento, relacionamentos, tempo de adaptação.
Mesmo assim, a maioria das empresas prefere pagar essa conta repetidamente a investigar por que as pessoas estão saindo.
O Que Realmente Está Acontecendo
Trabalho há anos transformando culturas organizacionais. Já vi empresas gastarem fortunas em recrutamento enquanto ignoravam lideranças tóxicas, falta de reconhecimento, ausência total de desenvolvimento humano.
O problema nunca é "falta de gente boa no mercado".
O problema é que gente boa não fica em lugares onde não consegue crescer, não se sente valorizada, não vê propósito no que faz.
Lembro de um líder numa indústria que comandava pela pressão. Cobranças duras, ambiente tenso, pessoas com medo de errar. Ele achava que estava "mantendo o padrão".
Na verdade, estava criando uma máquina de produzir rotatividade.
Quando começamos a trabalhar juntos, fizemos um processo intenso de autoconhecimento. Ele aprendeu empatia, comunicação não violenta, liderança humanizada. Começou a fazer perguntas abertas nas reuniões. Criou espaços para o time falar sobre desafios. Passou a reconhecer esforços de forma sincera.
O resultado foi imediato. Clima melhorou, engajamento cresceu, entregas passaram a ser feitas com mais qualidade.
As pessoas pararam de sair.
A Matemática da Transformação
Empresas com programas abrangentes de treinamento têm 24% mais lucro e retenção 30-50% maior. Não é coincidência.
Quando você investe no desenvolvimento humano estratégico, está atacando a raiz do problema. Pessoas engajadas não saem. Líderes preparados não criam ambientes tóxicos. Culturas saudáveis se autorregulam.
Mas aqui está o desafio: CEOs sob pressão querem resultados imediatos.
Quando apresento essa abordagem para executivos vendo números vermelhos, preciso falar a língua deles. Mostro que liderança humanizada não é luxo. É ferramenta de sobrevivência num mercado cada vez mais competitivo.
A cultura que eles cultivam impacta diretamente produtividade, inovação, capacidade de reter talentos. Quando percebem que a abordagem atual está custando mais caro do que imaginam, a conversa muda.
Deixa de ser ideológica e vira questão de sobrevivência.
Quando a Mudança Realmente Acontece
Sei que uma transformação "pegou" não pelos gráficos, mas pelos pequenos grandes sinais do dia a dia.
O diálogo flui naturalmente, sem medo. Feedback deixa de ser momento de tensão e vira oportunidade de crescimento. Pessoas passam a cuidar umas das outras porque realmente se importam.
O líder que antes cobrava começa a inspirar. A equipe toma iniciativa sem esperar ordens. Conflitos se transformam em oportunidades de aprendizado.
Esse momento é sutil, quase invisível. Mas é a melhor prova de que não foi só treinamento.
Foi transformação profunda e sustentável.
Toda transformação só acontece quando existe desejo genuíno de mudar. E esse desejo não se força. Ele se percebe nos gestos, na abertura, na escuta, no nível de desconforto que a empresa está disposta a tolerar para sair do lugar.
O Problema do Mercado Atual
O que mais me preocupa hoje no desenvolvimento humano é a pressa. A busca por fórmulas prontas, soluções embaladas para consumo rápido.
Transformação não é entretenimento. Não é evento bonito com coffee break.
É processo. É dor, confronto, consistência e tempo.
Quando o mercado vende "mudança instantânea", atropela o que há de mais valioso: o ritmo interno de cada pessoa e cultura. Termos como empatia, propósito, liderança humanizada viram slogans vazios, usados sem prática real.
Isso cria a ilusão de que algo está sendo feito, quando na verdade só se pintou a parede de outra cor.
O engajamento global caiu para 21% em 2024, custando US$ 438 bilhões em produtividade perdida. Não é por falta de treinamentos ou palestras motivacionais.
É porque estamos tratando sintomas em vez de causas.
A Verdadeira Transformação
Transformação não se terceiriza. Ela só se sustenta quando é assumida, vivida e cuidada por quem está dentro da organização.
Meu papel como consultora é ser catalisadora, espelho, guia. Crio pontes, provoco reflexões, entrego ferramentas. Mas quem atravessa a ponte é a própria empresa.
Por isso, desde o primeiro contato, deixo claro: não chego para entregar solução pronta. Chego para caminhar junto até que a organização esteja pronta para seguir com as próprias pernas.
Quando volto numa empresa depois de alguns meses, o que mais me surpreende não é o que foi feito, mas o que floresceu. Às vezes encontro uma cultura mais viva do que eu poderia imaginar. Líderes que passaram a formar outros líderes. Pessoas que antes estavam caladas agora liderando projetos com brilho nos olhos.
A semente virou floresta.
Mesmo naquelas empresas onde precisei pausar o trabalho por falta de desejo real de mudança, às vezes descubro que algo germinou em silêncio. Uma fala que ficou ecoando, uma pergunta que não saiu da cabeça de alguém, uma atitude pequena que começou a mudar o ambiente.
Isso me mostra que o trabalho não termina quando saio. A consciência plantada continua agindo, às vezes devagar, mas firme.
O Caminho Sustentável
Se sua empresa está perdendo talentos, pare de focar na rotatividade. Foque na cultura que está gerando essa rotatividade.
Investigue por que as pessoas estão saindo. Escute de verdade. Olhe para suas lideranças. Questione seus processos. Entenda que desenvolvimento humano não é gasto, é investimento estratégico.
Transformação real exige paciência, consistência e coragem para sustentar o invisível antes do visível. Mas quando acontece, cria algo muito mais valioso que retenção de talentos.
Cria legado.
E legado é o que faz pessoas quererem ficar, crescer e contribuir para algo maior que elas mesmas. É o que transforma rotatividade de problema crônico em métrica irrelevante.
Porque quando você constrói uma cultura onde as pessoas florescem, elas não querem ir embora.
Elas querem fazer parte da floresta.
Pronto para transformar seu time e potencializar seus resultados?
Entre em contato para saber mais
