Desenvolvimento
9 de out. de 2025
Por que 80% dos líderes falham nos primeiros 6 meses
Descubra por que 80% dos novos líderes falham nos primeiros 6 meses e como evitar os erros mais comuns. Aprenda a construir confiança, ouvir de verdade e transformar silêncio em engajamento real desde o início.

Você entra na empresa e tudo parece estar em ordem. O novo líder apresenta seus planos. As reuniões acontecem. Os e-mails circulam.
Mas há um silêncio.
Não aquele silêncio óbvio. O silêncio perigoso.
Ele está nos olhares que desviam. Nas perguntas que ninguém faz. Nas ideias que ficam guardadas em vez de serem compartilhadas.
Esse silêncio é o primeiro sinal de que algo está errado na liderança. E a maioria das organizações não percebe.
O Que os Outros Enxergam vs. O Que Realmente Importa
Quando um líder fracassa, a análise foca em metas não cumpridas e decisões equivocadas. A diretoria examina números. O RH revisa indicadores.
Mas estão olhando para o lugar errado.
O fracasso começou meses antes, no espaço invisível entre líder e equipe. 40% dos novos executivos fracassam nos primeiros 18 meses, mas a trajetória se define nas primeiras semanas.
Você consegue identificar isso quando sabe onde olhar.
Observe como a equipe reage quando o líder fala. Perceba a linguagem corporal. Acompanhe quem deixa de contribuir. Conte quantas pessoas saem das conversas mais confusas do que esclarecidas.
O desengajamento aparece nos olhares e no silêncio muito antes de aparecer nos resultados.
A Lacuna da Escuta Que Poucos Reconhecem
A maioria dos líderes que fracassam acredita que está ouvindo.
Eles convocam reuniões. Pedem contribuições. Acenam nos momentos certos.
Mas ouvir e escutar são coisas completamente diferentes.
Escutar de verdade significa agir com base no que você ouve. Validar as contribuições. Demonstrar que aquela conversa mudou algo concreto.
Sem esse ciclo de ação, sua equipe aprende uma lição dolorosa: a voz deles não tem valor.
O silêncio cresce porque falar passa a ser inútil.
Veja o que realmente destrói a confiança nessas primeiras semanas críticas: o líder foca apenas em resultados imediatos, não comunica suas decisões com clareza, não oferece apoio real à equipe e não demonstra empatia genuína.
Eles não exemplificam os valores que a empresa defende.
Então a equipe se retrai. Para de oferecer ideias. Para de questionar. Espera esse líder falhar para poder sobreviver à transição.
Ninguém escuta quem não escuta.
O Líder Que Construiu Confiança
Um líder entendeu isso de forma natural.
Nas primeiras semanas, implementou sugestões da equipe com agilidade. Não todas, mas aquelas mudanças de alto impacto que as pessoas podiam ver e sentir imediatamente.
Reconheceu contribuições de forma pública e genuína. Comunicou prioridades com transparência. Criou canais de feedback que realmente funcionavam.
O clima organizacional mudou em semanas, não em meses.
O contraste foi marcante. Outro líder, em uma empresa diferente, ignorou todos os sinais da equipe. Manteve processos rígidos que não geravam resultado. Criou desmotivação e aumentou a rotatividade no mesmo período.
Mesma área de atuação. Desafios parecidos. Resultados opostos.
A diferença não estava na estratégia ou na experiência. Estava na disposição genuína de escutar e agir com base no que ouviram.
A Armadilha da Vitória Rápida
Novos líderes enfrentam pressão intensa para provar seu valor rapidamente. Mostrar resultados. Gerar impacto. Justificar a contratação.
Essa pressão cria um ciclo prejudicial.
Você foca em entregas em vez de relações. Persegue métricas em vez de construir confiança. Toma decisões sem compreender a cultura na qual está inserido.
A equipe observa você priorizando tudo, menos as pessoas.
Pesquisas mostram que líderes treinados em escuta ativa alcançam 30% de melhoria na satisfação dos colaboradores. Mas a maioria dos novos líderes nunca recebe esse desenvolvimento.
Eles são promovidos por competências técnicas e espera-se que dominem as dinâmicas humanas da noite para o dia.
Isso não funciona.
O Que Realmente Funciona nas Primeiras Semanas
A solução não é complexa, mas exige disciplina e intencionalidade.
Comece com conversas individuais genuínas. Não avaliações formais ou atualizações de status. Conversas reais onde você faz perguntas abertas porque realmente quer conhecer as respostas.
Pergunte sobre os desafios do dia a dia. Como a equipe prefere ser apoiada. Que sugestões têm para melhorar os processos. O que valorizam em uma liderança.
Depois, registre o que você ouviu. Identifique padrões nas conversas. Reconheça as mudanças rápidas que terão mais significado para quem executa o trabalho.
Aja com base nesses insights de forma imediata.
Remova os pequenos obstáculos que frustram as pessoas todos os dias. Reconheça contribuições de forma pública e específica. Comunique prioridades com transparência, mesmo quando as notícias não são favoráveis.
Crie canais de feedback que sejam seguros e acessíveis.
Essas não são grandes movimentos estratégicos. São ações visíveis que constroem confiança de forma incremental.
A equipe precisa ver que conversar com você gera mudanças reais. Que a contribuição deles molda as decisões. Que você está construindo junto com eles, não apenas direcionando.
O Equilíbrio Estratégico
Você não conseguirá implementar todas as sugestões. Os recursos são limitados. Algumas ideias conflitam com a direção estratégica. Nem toda mudança faz sentido naquele momento.
Mas você pode ser estratégico sobre o que priorizar.
Foque em mudanças de alto impacto que sejam visíveis e viáveis no curto prazo. Valide cada feedback recebido, mesmo quando não puder agir imediatamente. Explique suas decisões com clareza e honestidade.
A equipe não espera perfeição. Ela espera ser ouvida e respeitada.
Quando você demonstra esse padrão de forma consistente, a confiança se constrói mais rápido do que qualquer plano estratégico conseguiria criar.
A Realidade da Comunicação
Aqui está um dado revelador: 80% das reclamações no ambiente de trabalho têm origem em falhas de comunicação.
Não em estratégias ruins. Não em falta de recursos. Em comunicação.
Novos líderes frequentemente evitam conversas difíceis. Não querem parecer inseguros. Temem dizer algo errado. Esperam ter todas as respostas antes de se posicionar.
Enquanto isso, a equipe preenche o vazio com suposições. Geralmente equivocadas.
É melhor comunicar com clareza e frequência, mesmo quando você ainda está compreendendo o contexto. Admita o que ainda não sabe. Compartilhe o que está aprendendo. Convide a equipe para construir esse entendimento junto com você.
Vulnerabilidade autêntica constrói conexão mais rápido do que uma falsa segurança jamais conseguiria.
Os Primeiros 90 Dias na Prática
Seu sucesso se define nos primeiros três meses, mas não pelas métricas que você imagina.
Deixe o plano estratégico de lado por um momento. Foque em construir a base que tornará a estratégia viável.
Semana um: Tenha conversas individuais com cada pessoa da equipe. Escute mais do que fale. Registre o que ouvir. Identifique padrões.
Semana dois: Identifique e remova um obstáculo significativo que a equipe enfrenta diariamente. Torne visível que você ouviu e agiu.
Semana três: Comunique suas prioridades iniciais com transparência. Explique o raciocínio por trás delas. Abra espaço para perguntas e contribuições.
Semana quatro: Estabeleça um ciclo de feedback que funcione de verdade. Torne-o seguro. Torne-o regular. Faça com que tenha impacto real.
Depois, repita esse ciclo ao longo dos seus primeiros 90 dias.
Cada ciclo fortalece a confiança. Cada ação demonstra que você está escutando genuinamente. Cada conversa aprofunda sua compreensão da cultura que você está liderando.
As conquistas estratégicas virão, mas apenas se você construir essa base primeiro.
A Escolha Que Todo Novo Líder Precisa Fazer
Você pode focar em parecer competente, ou pode focar em construir conexão verdadeira.
Você pode buscar vitórias rápidas que impressionam a diretoria, ou pode criar transformação sustentável que gera resultados duradouros.
Você pode manter distância para preservar autoridade, ou pode construir confiança através de engajamento autêntico.
Os líderes que constroem legado escolhem conexão, sustentabilidade e autenticidade sempre.
Não porque é mais fácil. Porque é o que realmente transforma.
O silêncio na sua equipe está comunicando algo importante agora. A questão é se você está escutando com atenção suficiente para compreender.
E mais importante ainda: se você está disposto a agir com base no que está sendo comunicado.
Porque ninguém escuta quem não escuta.
Isso não é teoria. É simplesmente como as relações humanas funcionam.
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